SAUDADE

Viajei por outras terras,

Caros amigos revi,

Encontros, almoços, jantares,

Até a um filme assisti.

Por esse mundo afora,

Muitas viagens eu fiz,

E em todas fui mui feliz,

Pois amor nenhum eu deixara.

Agora é diferente,

Porque um amor bem recente,

Surgindo de mansinho,

Transformou-se no meu ninho.

Quisera poder carregar,

Comigo prá todo lugar,

Aquele que é meu sonho dourado,

O meu amor encantado.

Conto cada segundo,

Que me falta prá revê-lo,

Pois andando pelo mundo,

Não consigo esquecê-lo.

 

Hoje a saudade apertou

E um forte desejo aflorou,

O de prá casa voltar,

E meu sentimento acalmar.

Apresso, então, minha volta,

Prá junto dos braços seus,

Almejando ardentemente,

Unir seus lábios aos meus.

A ausência trás saudade,

Ou então o esquecimento,

Pois há sempre novidade,

Surgindo a cada momento.

É preciso ter cuidado,

Porque, como diz o ditado,

O coração não sente,

O que dos olhos está ausente.

 

Lavras, 1.2.2001