DESEJOS INSANOS

  

O ser humano, freqüentemente,

Vê-se envolvido num torvelinho

De pensamentos, atitudes, sentimentos,

Sonhos insanos que brotam

Não se sabe de onde nem como,

E que, como gigantescas ondas,

Vão tomando conta do seu ego

Em todos os momentos do dia e da noite,

Até mesmo quando está dormindo,

Pela interferência dos loucos

E, na maioria das vezes,

Inexplicáveis sonhos que o invadem.

Nessas ocasiões diz palavras

Que jamais deveriam ser pronunciadas,

Pois dificilmente seriam compreendidas,

Uma vez que nem ele mesmo entende

O que está acontecendo com sua mente,

Com seu coração, com seu corpo.

Melhor seria que se calasse,

Que se voltasse para o seu interior,

Esperando que a onda perca sua força,

Que o equilíbrio seja restabelecido,

Que supere ou canalize para outras fontes

Os desejos irreais, que,

Exatamente por serem irreais,

Não são passíveis de concretização.

Possuindo ele a faculdade

De expressar seus sentimentos em poemas,

Alguns poderão entendê-lo nas entrelinhas,

Outros, entretanto, o tacharão de alienado,

Fora da realidade da vida.

Na busca incessante pela transformação

Dos seus anseios em realidade,

O ser humano, quase sempre,

Deposita suas esperanças, suas expectativas,

“Num outro” que, por sua vez,

Também tem seus pensamentos,

Suas atitudes, seus sonhos, sentimentos,

Muitas vezes díspares...

No entanto, não importa

Se sorrindo, se chorando,

O importante é que ele continue

Buscando o conhecimento de si mesmo,

Sua autotransformação, a perfeição

E a realização dos seus sonhos,

Loucos ou não, justos ou não,

Possíveis ou não.

  

25.06.2001