Querido
Papai! Faz
quatro anos que o Senhor partiu; quanta saudade deixou Papai! Tudo que nos
consola e conforta (apesar de não diminuir a saudade) é saber que o Senhor
está num lugar muito melhor do que este mundo onde vivemos. Pelos seus
merecimentos, por tudo de bom que o Senhor fez na Terra, certamente Deus o
conduziu para um lugar de muita glória. Lembrei-me
agora, Papai, da sua festa dos 70 anos; naquela noite, pela primeira vez, eu
o beijei na face e lhe disse que o amava. Lembro-me do seu sorriso comovido,
mas acanhado, pois não tínhamos esse hábito. Talvez aquele tenha sido o
primeiro beijo que o Senhor recebeu de uma “filha adulta”. Lembro-me
também que, depois dos “Parabéns”, dei-lhe um palito e o chamei para
estourar balões comigo. O Senhor parecia uma criança naquele momento. Um
sorriso “arteiro” nos lábios, os olhos brilhando, os balões pipocando. Ah!
Papai! Se realmente existe a tão falada “Alma Gêmea”, com certeza o
Senhor e Mamãe são “Almas Gêmeas”. Nunca os vi brigando, mas muitas
vezes presenciei seu carinho para com ela, puxando a cadeira para que se
sentasse à mesa, abrindo a porta do carro para que ela entrasse,
levando-lhe uma bandeja com café, água ou chá...
Perguntando-lhe se havia se lembrado de tomar seu medicamento... Só
uma coisa lamento, querido Pai: não ter-lhe dito mais vezes que o amava.
Mas sei que o Senhor sabia disso. Obrigada Papai, por ter me dado esse
excelso privilégio de poder chamá-lo: MEU PAI!!! Até
sempre, querido Pai! Digo até sempre porque tenho a certeza de que um dia
estaremos novamente juntos; sim, juntos até à Eternidade. p.s. Papai, aí onde o Senhor está, ainda usa o indispensável bonezinho? Ge |