MOMENTO “DOWN”

 

Trago preso no peito um soluço,

Que debalde procuro abafar.

Pois a dor que me castiga a toda hora,

Parece que aos poucos me devora.

Os versos que outrora eu compunha

- Doces versos que sequer posso reler!

À época – Ó! Deus! eu não supunha,

Que um dia cessaria de escrever.

As estrelas, que um dia me sorriam,

Hoje choram percebendo minha dor;

Os raios do Sol,  que então me aqueciam,

Não mais conseguem transmitir-me seu calor.

Olho no espelho e o que vejo me entristece,

Olhar vazio, sem viço e que fenece.

Na face, a máscara da dor, da desventura,

Nos lábios, o rito da tristeza, da amargura.

Imploro aos Deuses que iluminem os meus passos,

Que me apontem o caminho a percorrer,

Que livrem minha alma da angústia,

Devolvendo-me a alegria de viver.

 

10.04.2001